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Declaração de dependência - Versão 1.jpg

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Mosteiro de São Bento da Vitória, Teatro Nacional São João, Porto/Portugal - Divulgação

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era melhor que lêssemos as notícias do dia

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não estou a perceber qual é a questão

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a conversa até que não estava mal

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não gosto, desculpe interromper, não gosto da palavra, abre aspas, entrelinhas, fecha aspas

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eu imagino que este autor que declinou entrou num impasse simbólico, afinal, ele foi convidado para celebrar a independência do brasil de portugal, mas em que medida este evento efetivamente comemora a independência ou apenas reforça uma história de violências e opressões?

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poderias dizer da mesma forma?

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em que medida este evento comemora a independência ou reforça uma história de violências e opressões?

Trecho de Declaração de Dependência - Versão 1

Clique aqui para acessar a dramaturgia

Declaração de dependência - Langerhans cell histiocytosis.jpg

Ilhotas pancreáticas (ou Ilhotas de Langerhans) são células do pâncreas que produzem insulina, substância que age como importante reguladora do metabolismo de açúcar

 

Declaração de Dependência - Versão 2

tem estreia prevista para dezembro de 2024 e conta com a coprodução da Bolsa de Criação ARTISTAS DOURO, atribuída pela mala voadora, com financiamento da Câmara Municipal do Porto

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Declaração de Dependência

Uma realização em versões

O projeto Declaração de Dependência (DdD) é a primeira realização artística do Platô, tendo surgido em meados de 2022, quando Diogo Liberano reconheceu em si o desejo de criar um projeto que pudesse se manifestar em diferentes formas e versões, cada qual correspondendo ao específico momento em que a sua criação fosse feita.

Para o criador, conceber um projeto que autoriza a si mesmo ser revelado progressivamente e através de diferentes versões é um modo de validar a imanência do processo criativo, confiando que cada versão a despeito dos modelos e mercados poderá se tornar aquilo que realmente deseja se tornar.

Depende de qual dependência

O sentido negativo que costuma ser atribuído à noção de dependência, neste projeto, é colocado em questão, afinal: em que medida ser independente não é o mesmo que ser e estar sozinha? Em que medida a independência não é, também, um dos braços da religião capitalista?

A partir dessas indagações, e de um modo específico a cada nova versão, Liberano se dedica a investigar alguma independência que pareça esconder nela algo além da simples autonomia entre as partes envolvidas. Interessa ao artista – ao colocar determinadas independências em questão – promover a reconexão daquilo que, a seu ver, encontra-se por demais separado.

Declaração de Dependência - Versão 1

(Bicentenário da independência do Brasil de Portugal)

É assim que surge a primeira versão: em 2022, Liberano é convidado a integrar as Leituras no Mosteiro, evento realizado pelo Teatro Nacional São João, no Porto, em Portugal, para o qual deveria enviar uma dramaturgia a ser lida publicamente como parte das celebrações do bicentenário da independência do Brasil de Portugal.

Em resposta ao convite, o autor escreve a primeira versão de DdD que é realizada através de uma leitura coletiva feita por cerca de 30 pessoas, na noite da terça-feira, 20 de dezembro de 2022, às 19h, no Mosteiro de São Bento da Vitória, Teatro Nacional São João, Porto/Portugal.

Na dramaturgia criada, acompanhamos o desenrolar de um evento público em Portugal. Nele, as personagens ou vozes debatem questões várias como linguagem, cognição e independência, destacando a relação entre Brasil e Portugal. Através de diálogos provocativos, o texto aborda temas como xenofobia, violência simbólica e o poder das palavras.

Clique aqui para acessar a dramaturgia.

Declaração de Dependência - Versão 2

(Diabetes mellitus)

Prevista para dezembro de 2024, a segunda versão é uma performance criada a partir da diabetes mellitus (DM), doença metabólica crónica que conduz à elevação da concentração de açúcar no sangue (glicemia). Nesta performance, Liberano colocará em questão o antagonismo – culturalmente estabelecido – entre pessoas portadoras da diabetes e o açúcar (“diabéticos não podem comer açúcar”).

Diabético desde os 6 anos, Liberano quer lançar outro olhar à doença e, por extensão, à sua própria condição: será que a relação de inimizade entre pessoas diabéticas e o açúcar é a melhor possível? Em que medida, mais do que existir de modo alheio e independente ao açúcar, um diabético precisa dele para sobreviver?

A dependência entre açúcar e diabetes encontra nesta criação um sentido renovado, pois ao propor uma revisão tanto da carga pejorativa atribuída à noção de dependência como da própria educação recebida acerca da diabetes, Liberano especula em que medida tal recusa ao açúcar também modificou a sua relação com a doçura, ou seja, com a capacidade de dar e receber amor.

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